De acordo com a médica Maria Elisa Bertocco Andrade, diretora científica adjunta da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), isso acontece porque, longe da luz e da ventilação, essas peças se tornam abrigo perfeito para os ácaros, micro-organismos que se alimentam da pele humana e cujos fragmentos podem desencadear reações em pessoas com alergias respiratórias (como asma e rinite) ou cutâneas (como a dermatite atópica).
Não é o ácaro vivo que causa alergias, mas sim seus fragmentos e excrementos. “Eles contêm substâncias que desencadeiam uma reação do organismo, levando à produção de anticorpos IgE. Estes ativam os mastócitos, que liberam mediadores responsáveis pelos sintomas alérgicos”.
As alergias cutâneas, segundo a diretora científica, vão provocar coceiras, inflamações na pele e vermelhidões. Em casos mais graves, também podem levar ao surgimento de fissuras, acompanhadas de sangramentos.
“No caso das alergias respiratórias, os sintomas da rinite são espirro, coceira no nariz (prurido nasal), aumento da coriza e obstrução nasal. Já o olho pode apresentar vermelhidão, coceira e lacrimejamento”, detalha a médica. Até o pulmão pode ser impactado pelas alergias, já que elas aumentam o risco de broncoconstricção (fechamento dos brônquios), o que costuma resultar em dificuldade na respiração e tosses.
Como evitar as reações alérgicas
O recomendado é sempre lavar as roupas de cama, as blusas e os casacos que passaram um longo tempo no armário. “Geralmente, quando chega a primavera, as pessoas empacotam e guardam os cobertores e as roupas de frio até o próximo inverno, o que pode favorecer o acúmulo de ácaros. E, quando essas peças são usadas novamente, os sintomas de alergia podem ser desencadeados”.
“Sempre recomendamos lavar tudo ao fim do verão ou quando uma frente fria se aproxima. Assim, você evita crises alérgicas”, aconselha a médica.
Até existem estratégias para evitar o acúmulo de ácaros, como embalar as peças, algo feito em lavanderias. Mas a principal recomendação é a lavagem. Afinal, nem todos conseguem reproduzir em casa os mesmos cuidados profissionais.
Maria Elisa ainda destaca que os ácaros também aparecem na cama e no travesseiro. “Mesmo sendo um local limpo, a descamação da nossa pele penetra no tecido, tornando-se um local perfeito para o ácaro crescer. Ele sempre vai ficar onde tem alimento”, pontua. Logo, é importante trocar os lençóis pelo menos uma vez por semana e, segundo Cristiane, colocar uma capa antiácaro no colchão e no travesseiro.
Além disso, recomenda-se uma boa higienização desses acessórios. O travesseiro, por exemplo, deve ser lavado à seco, em locais especializados. Assim, o interior não fica úmido, o que favorece a proliferação dos ácaros. Para limpar o colchão e o estrado (suporte), indica-se recorrer a um aspirador de pó e pano úmido. Outra medida essencial é ficar de olho nas instruções do fabricante em relação ao tempo certo de troca dos travesseiros e colchão.
Fonte: Estadão
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