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De bem com a asma ... em qualquer idade!



Um retrato 3X4 da asma
A Organização Mundial de Saúde estima em cerca de 100 a 150 milhões de asmáticos no mundo, sendo no Brasil 18 milhões de pessoas com asma. Apesar dos grandes progressos da medicina, a asma ainda causa muito sofrimento individual, familiar e social. A doença mal controlada gera visitas ao pronto socorro, internações hospitalares, provocando faltas à escola e ao trabalho, prejudicando a vida social do asmático, seja adulto ou criança, podendo até causar mortes. No entanto, está provado que a asma bem controlada não impede uma vida normal.

Por que a asma é tão difícil?
O maior problema é que a asma pode se manifestar de formas variadas, desde crises leves, quase imperceptíveis até crises fortes e graves. É uma doença com várias faces: pode melhorar ou piorar com o passar do tempo, sendo que em alguns casos, pode ficar longo tempo sem se manifestar a ponto dessas pessoas acharem que estão curadas. Em outros, pode desaparecer na adolescência ou até reiniciar no adulto ou na terceira idade. Como se não bastasse, o tratamento da asma é demorado e complexo, envolvendo não apenas o fato de tomar remédios, mas também a modificação de hábitos.

Como combater a asma?
O primeiro passo é a educação do asmático e de sua família para que conheçam a doença e aprendam a combatê-la corretamente, adquirindo confiança e apoio, fundamentais para uma vida saudável. Mas, para modificar verdadeiramente sua forma de agir, é preciso que o asmático ou sua família no caso das crianças, acredite na necessidade da mudança e atue com empenho, persistência e dedicação.

Conhecer bem a doença
Asma: doença de origem genética (hereditária) que se acompanha de uma inflamação crônica das vias respiratórias, em especial dos brônquios, que se estreitam, prejudicando a passagem do ar e causando os sintomas da doença. Alem disso, os brônquios comprometidos pela doença se tornam muito sensíveis a vários fatores, como por exemplo:

ALERGIA
-Ácaros
-Poeira domiciliar
-Pelos de animais
-Mofo
-Barata
-Pólens

Outros fatores
-Infecções respiratórias: resfriados e gripes.
-Refluxo gastro-esofágico
-Exercícios físicos
-Certos tipos de medicamentos
-Fatores irritantes: mudanças de tempo, cheiros fortes, poluição.
-Substâncias no ambiente de trabalho e escola
-Fatores hormonais: gravidez, menstruação, menopausa.
-Emoções

Sintomas de asma: tosse, cansaço sensação de aperto no peito, dificuldade para respirar, falta de ar e chiados (sibilos). Entretanto, em algumas pessoas, o único sintoma da asma pode ser uma tosse que surge ao rir, chorar, ao fazer esforços físicos ou durante a noite.
A asma até hoje é conhecida como “bronquite asmática” ou “bronquite alérgica”.

O tratamento moderno da asma
Um dos problemas da vida moderna é que as pessoas buscam soluções fáceis e rápidas para seus problemas. É comum que queiram uma medicação que cure a asma de forma total e rápida. Até hoje, a medicina ainda não criou este remédio, mas os recursos modernos são capazes de proporcionar o controle total da doença. Mas, o primeiro passo é entender que tratar não pode se resumir a tomar remédios, mas que a base do tratamento moderno da asma é combater a inflamação dos brônquios e evitar assim que as crises se instalem.

O tratamento moderno da asma se baseia no combate à inflamação dos brônquios e na auto gestão da doença pelo próprio paciente em parceria com seu médico. Estes são os pontos principais do tratamento:
-Controlar fatores desencadeantes da asma,
-Saber quais são os remédios de alívio e os preventivos,
-Aprender a reconhecer e prevenir crises e saber ser monitor da sua própria asma,
-Esclarecer preconceitos sobre os remédios,
-Tratar também os sintomas nasais,
-Tratar a alergia com a imunoterapia nos casos indicados,
-Melhorar o condicionamento respiratório e fazer fisioterapia respiratória, se necessário, para reabilitação e preparo para a prática de atividades esportivas.

Remédios para tratar asma

REMÉDIOS DE ALÍVIO:
são aqueles usados para tratar crises de asma. Estes remédios aliviam os sintomas mas NÃO tratam a doença. Por isso, só devem ser usados quando necessários e por orientação do médico.
-Broncodilatadores: atuam relaxando a musculatura brônquica e melhoram a passagem do ar. Podem ser usados como xaropes, comprimidos, injetáveis ou inalados
-Corticóides sistêmicos: indicados para tratamento das crises moderadas e graves, impedindo suas complicações.

REMÉDIOS PREVENTIVOS: estes medicamentos não aliviam os sintomas, mas atuam desinflamando os brônquios, evitando que as crises apareçam. Por isso devem ser usados de maneira contínua, mesmo que a pessoa esteja bem, sem asma
-Corticóides inalados: atuam na inflamação dos brônquios e podem ser usados sob forma de “sprays” ou “bombinhas”, em nebulizações ou como inaladores de pó seco.
-Antileucotrienos: atuam diminuindo a inflamação, sendo usados como comprimidos em dose única diária, para adultos e crianças.
Se a asma é uma doença de origem inflamatória, por que insistir apenas nos remédios de alívio e esquecer de combater a inflamação dos brônquios?

A Imunoterapia : É também conhecida como vacina para alergia e atua diretamente no processo imunológico que comanda a asma, diminuindo a alergia, combatendo a inflamação brônquica e prevenindo crises. O tratamento é prolongado e utiliza injeções periódicas subcutâneas com doses crescentes de antígeno.

RINITE E ASMA: O QUE HÁ POR TRÁS DESTA ASSOCIAÇÃO?
-Cerca de 80% das pessoas com asma têm também rinite alérgica.
-A inflamação está presente no nariz e nos pulmões.
-A alergia aos inalantes pode desencadear tanto a asma como a rinite.
-A rinite e a sinusite podem piorar a asma.
Vias respiratórias unidas!

Controle do ambiente e dos fatores desencadeantes de crises
Hábitos saudáveis em sua casa: Limpe sua casa diariamente, com pano úmido e não use produtos de limpeza com cheiro ativo: prefira álcool e sabões em pó. Você acumula objetos desnecessários? Jogar fora o excesso e organizar o essencial é uma boa maneira de iniciar o controle do ambiente.
-Quarto sem excesso de objetos, livros, almofadas ou brinquedos de pelúcia.
-O travesseiro é velho? Troque por um novo e utilize capas de plástico ou anti-ácaros.
-O colchão deve ser encapado e aspirado periodicamente.
-Roupas de cama devem ser mudadas semanalmente.
-Troque cobertores por edredons e lave tudo periodicamente.
-Retire tapetes e carpetes.
-Use cortinas laváveis ou persianas.
-Combata focos de mofo, infiltração ou focos de baratas.
-Se possível, não tenha animais em casa, mas se já os tiver, lave-os semanalmente, afaste-os dos quartos e não deixe que subam em estofados e camas.

Outros fatores desencadeantes: como combater:
-Lembre-se de cuidar do nariz: a rinite e a sinusite podem provocar crises de asma.
-Previna-se contra as gripes e resfriados. Vacinas contra gripe e pneumonia são indicadas em qualquer idade.
-Coma pouco no jantar e não deite após refeições. Nunca dê mamadeira para uma criança deitada ou dormindo e só permita que deite uma hora após mamar.
-Alguns medicamentos podem causar crises de asma, como por exemplo: analgésicos e betabloqueadores. Se você usa algum deles, comunique seu médico.
-Não fume e não permitam que fume em sua casa.

Assuma o comando de sua asma: não deixe que ela comande sua vida!


Comentários

  1. Alguns médicos dizem que não existe relação entre a proteína C reativa , asma , Arteriosclerose, doenças do coração e infarto, outros dizem que sim.

    O que podemos esperar ?


    Parece-me que esta inflamação crônica subclínica é uma segunda reação relacionada coma doença principal, e que poderá se agravar até chegar a um infarto do miocárdio, passando pelo aumento de Colesterol e produção hepática.





    Inflamação Crônica Subclínica: incluindo mas não se limitando à : Aterosclerose, Câncer, Obesidade, Diabetes Melitus, Hipertensão Arterial, Tromboses, Doença de Parkinson, Mal de Alzheimer, Depressão, Colagenoses, Doenças Degenerativas da Idade, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, etc.





    Não sabemos o agente causal e assim inúmeras hipóteses são levantadas para explicar tais doenças. Entretanto, é possível que essas doenças, brilhantemente diagnosticadas pelos médicos especialistas, através do elenco de sinais e sintomas, tenham somente um mecanismo intermediário



    A inflamação crônica subclínica provoca lesão tissular incipiente e carrega a semente da futura doença.

    Inflamação subclínica, quer dizer inflamação escondida, camuflada, de difícil diagnostico com as ferramentas que dispomos no presente momento



    A proteína C reativa (PCR) foi a primeira proteína da fase-aguda descrita na literatura e tem sido considerada por muitos pesquisadores como um marcador sistêmico da inflamação, infecção e da lesão celular



    Devemos nos lembrar que a inflamação crônica subclínica pode induzir a alterações da membrana celular ou do metabolismo celular que em última análise provocarão a diminuição da produção do trifosfato de adenosina (ATP) com a conseqüente diminuição ou perda da função das células, tecidos ou órgãos afetados

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  2. Prezado Senhor - A palavra inflamação é usada na literatura médica em diferentes ocasiões, mas é importante esclarecer que nem todo processo inflamatório é igual, o que pode confundir o leigo. A asma é realmente um processo inflamatorio crônico, mas que cursa em geral com um significativo comprometimento imunológico, ou seja, envolvendo células, mediadores e produtos próprios e específicos. A literatura científica não aponta relação direta entre asma e colesterol. Na prática, observa-se também que a maioria dos pacientes asmáticos apresenta colesterol normal. É um dado difícil pois o aumento das taxas de colesterol guarda relação direta com fatores genéticos, alimentares, sociais, hábitos de vida, ou seja, fatores muito individuais. Na realidade, em termos teóricos é possível estabelecer relações variadas, a nível inflamatório, mas in vivo, nem sempre será passível de comprovação.Obrigado pela visita e volte sempre.

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  3. Realmente o conhecimento é fundamental.
    Lendo este capítulo, fiquei surpresa em saber da relação da rinite, sinusite e a asma.
    Tenho três filhos. O mais velho tem asma, o segundo tem uma rinite braba.
    Agora consigo ver a relação: Minha mãe teve asma a vida toda.
    Hoje o rpoblema maior é meu neto de oito anos, com asma, problemas sérios de respiração.
    Mas vejo aí a genética falando, ´porque além de minha mãe, o tio, o pai dele também tem asma.
    Mas vou continuar lendo, tenho muito que aprender ainda.

    Ana.

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  4. Muito últil as informações do blog..estou tentando ter uma vida normal mas eh difícl,a asma me limita... e isso me deixa triste.

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