A primavera já começou e segue até o dia 21 de dezembro. Com
ela, chegam também as mudanças de temperatura, a redução da umidade relativa do
ar, o aumento da concentração de poluentes e a maior propagação de alérgenos,
como o pólen e o ácaro. Neste cenário, alguns problemas de saúde se tornam
comuns durante a estação.
Nelson Guilherme Bastos Cordeiro, presidente da Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia Regional Rio de Janeiro (ASBAI-RJ) e membro
da equipe do Blog da Alergia, explica que o ácaro, principal causador das
alergias nessa época, é um ser microscópico que gosta de temperaturas nem muito
quentes nem frias, por isso a estação é perfeita para sua propagação. O ácaro
morto e suas fezes dispersam uma poeira de fácil inalação, provocando as
doenças alérgicas da primavera: asma, rinite e conjuntivite.
— A alergia também pode ser causada por outros fatores, como
fungo, pólen, pelo de animal, barata... Mas o mais comum é o ácaro — diz
Cordeiro: — Em apenas um grama de poeira podem ser encontradas centenas de
ácaros.
A rinite alérgica apresenta quatro sintomas principais:
obstrução nasal, coriza, espirro e coceira no nariz. Já a asma provoca tosse,
cansaço, aperto no peito, pressão torácica e um chiado na respiração, durante a
saída do ar. No caso da conjuntivite alérgica, os sintomas são olho
lacrimejando, com coceira e vermelhidão.
O médico alerta que algumas doenças não alérgicas também são
mais comuns durante essa época do ano. Uma delas é a escarlatina, provocada por
uma bactéria. Os sintomas são dor de garganta, podendo aparecer pus, gânglios
no pescoço, pintas pelo corpo e no final a descamação na mão e no pé.
— Também é comum a ocorrência da catapora, provocada por um
vírus, na qual aparecem bolinhas vermelhas pelo tronco, couro cabeludo, face e
dentro da boca. Existem formas de catapora graves, por isso há uma vacina
contra a doença. E há, ainda, a roséola, também conhecida como exantema súbito.
Ela é causada pelo herpesvírus humano 6 e 7, é mais comum entre crianças
pequenas e tem como sintomas febre alta, vermelhidão na garganta e erupções na
pele — explica Cordeiro.
Impacto da pandemia
A Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia
Pediátrica (ABOPe), Rebecca Maunsell, explica que na primavera é comum haver
ocorrência de viroses, mas destaca que este ano, devido ao isolamento social, a
transmissão de outras doenças do tipo tem sido mais baixa. Ela destaca o fato
de muitas crianças não estarem indo para a escola, e com isso, tendo menos
contato entre si:
— Uma lição da pandemia é que não se deve mandar a criança
doente para a escola com febre, nariz escorrendo, porque ela transmite essa
infecção — afirma, explicando também que quando o fator climático é somado a
outras condições, muitas vezes os sintomas demorem mais tempo para passar.
ü - Beba água - Se manter hidratado, ingerindo
bastante líquido, é um dos cuidados essenciais nesta época do ano.
ü - Higienize o nariz - Use soro fisiológico para
irrigar o nariz, não só o mantendo úmido, mas também limpo, ajudando a diminuir
o desconforto com o tempo seco, principalmente para as crianças, que muitas
vezes não conseguem limpá-lo.
ü - Mantenha a casa arejada - Deixar as janelas
abertas para o sol bater dentro de casa é importante para reduzir a
proliferação de ácaros. Também é fundamental combater vazamentos e focos de
umidade.
ü - Troque travesseiros e colchão - Para os mais
alérgicos, o ideal é fazer a troca do travesseiro aproximadamente a cada dois
anos e do colchão a cada cinco. Usar capas antialérgicas também é uma boa
opção.
ü - Poeira é veneno - Objetos como tapetes, cortinas
pesadas, bichos de pelúcia e livros devem ser evitados no quarto de pessoas
alérgicas.
ü - Evite exposição a fumaças - É importante não se
expor a fumaças como a do cigarro, por exemplo, um potente irritante do pulmão,
que pode desencadear crise de asma.
ü - Hábitos saudáveis - Manter uma rotina saudável
com uma boa noite de sono, alimentação adequada e prática de exercício físico é
fundamental.
ü - Distanciamento social - Procure não ficar perto
de pessoas com sintomas respiratórios. Se apresentar algum, evite sair de casa.
Com essa atitude você também se protege contra a Covid-19.
ü - Vacinas em dia - No caso das doenças para as
quais há um imunizante, é essencial manter a caderneta de vacinação em dia.
ü - Busque tratamento - Pessoas que costumam apresentar quadros alérgicos devem procurar atendimento com um alergista para fazer os testes e iniciar uma imunoterapia específica. O tratamento é de longo prazo e costuma ter duração de três a cinco anos.
Fonte: Jornal Extra
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