Pular para o conteúdo principal

Alergia ao frio


A urticária ao frio é conhecida popularmente como "alergia ao frio". Trata-se de um subtipo de urticária induzida, ou seja, aparece após um estímulo conhecido que, neste caso, é o contato da pele com o frio, como, por exemplo, água e objetos gelados. Em algumas pessoas, apenas a exposição ao ar frio já é suficiente para provocar sintomas.
A urticária ao frio é mais comum do que imaginamos e representa mais de um terço de todos os casos de urticária induzida. Pode ocorrer em qualquer idade, porém, é mais frequente em adultos jovens.
Geralmente os sintomas surgem minutos após a exposição ao frio e as lesões ficam restritas às áreas em que houve a exposição.
No entanto, em alguns casos pode ser grave, quando uma grande superfície da pele entra em contato com o frio (se o paciente entrar em uma piscina de água gelada). Neste caso, pode ocorrer uma reação generalizada, levar à queda súbita de pressão e até mesmo à perda de consciência, o que chamamos de anafilaxia.
Há relatos de casos de morte por anafilaxia nos pacientes com urticária ao frio após entrar na piscina, cachoeira ou mar de água gelada.
Esse tipo de urticária pode interferir nas atividades de trabalho, como, por exemplo, funcionários de frigoríficos ou que manipulem produtos congelados em supermercados.
A urticária ao frio pode ser genética, ocorrendo na infância e associada à febre, sendo os episódios muitas vezes relacionados com a exposição ao frio úmido e durando poucas horas. Mas pode também ser adquirida, isto é, surgir no decorrer da vida. Neste caso, secundária ao uso de medicamentos, infecções, ou mais comumente idiopática, ou seja, a causa não é detectável pelo médico.
O diagnóstico é feito por meio da história clínica. Havendo indicação, é realizado o teste do cubo de gelo, que é feito aplicando-se um cubo de gelo (protegido por um saco plástico) na parte interna do antebraço por aproximadamente cinco minutos. Quando o teste é positivo, observa- se após dez minutos, vermelhidão e inchaço no local de contato com o gelo, além de sensação de coceira ou de queimação no local. Mas, vale ressaltar que em alguns tipos de urticária ao frio, o teste do gelo pode ser negativo.
O tratamento consiste em evitar o fator desencadeante que é o contato com o frio e no uso de medicamentos que são os anti-histamínicos (antialérgicos).
DICAS
- Se sua pele fica "empolada" ou coçando quando em contato com o frio, procure atendimento médico.
- Tome banho morno.
- Quando viajar para locais muito frios, procure manter-se agasalhado.
Evite:
- Ambientes muito frios
- Esportes aquáticos em água fria.
- Banhos de mar, rio, cachoeira ou piscina em água fria.

O artigo é de autoria da Dra. Solange Valle, do Departamento de Alergia Dermatológica da ASBAI, e da Dra. Fátima Emerson, da Comissão de Assuntos Comunitários - ASBAI.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alergias e reações na pele causadas por plantas

A natureza nos presenteia diariamente com plantas e flores proporcionando uma festa não apenas para os olhos mas para todos os sentidos. A sua utilidade prática é indiscutível e múltipla, seja purificando o ar, seja servindo como alimento ou como base para construção de habitações, na manufatura de mobiliário, utensílios, cosméticos, medicamentos, entre tantas outras aplicações. Se apenas tivessem o papel de embelezar, já seriam fundamentais, aliviando a dureza do cotidiano e transmitindo paz numa convivência harmoniosa de longa data com o ser humano. Mas, em algumas situações, a pele pode desenvolver reações quando entra em contato com plantas e daí pode coçar, se tornar vermelha, apresentar uma erupção cutânea e até inflamar. Estas reações surgem pelo contato com a pele, algumas puramente por irritação direta e outras, por mecanismo alérgico. Até mesmo árvores podem produzir um eczema de contato alérgico, sendo o exemplo mais conhecido a Aroeira, uma árvore de madei

Pitiríase rósea

É uma doença conhecida desde 1860, quando foi descrita por Camille M. Gibert, sendo conhecida também como Pitiríase rósea de Gibert. Não se conhece exatamente a causa, mas parece que a hipótese mais viável é que seja ocasionada por vírus, como por exemplo, o vírus do herpes. Mas, é possível que dependa de uma tendência genética do indivíduo, o que seria um facilitador do aparecimento da doença. Questiona-se também outros mecanismos, envolvendo alguns tipos de medicamentos, autoimune, associação com outras doenças, etc. Fatores psicológicos ou estresse podem facilitar o aparecimento da doença, assim como alterações da imunidade e gravidez. Não é contagiosa. É mais comum em adultos, acometendo mulheres e homens, sendo rara em crianças pequenas e em idosos, ocorrendo preferencialmente na primavera e no outono. O maior problema é que sua evolução pode ser prolongada e durar de semanas a meses, assustando o doente. Em alguns casos pode recidivar, mas não é comum que aconteça Quadro c

Dermografismo

A bolsa pesada marca o seu braço? A roupa apertada, a alça do soutien, o elástico da roupa faz você coçar e empolar? Atenção: pode ser dermografismo! Dermografismo é uma doença da pele que afeta cerca de 5% da população e que se caracteriza pelo aparecimento de coceira intensa em locais de pressão. Após o ato de coçar surgem “lanhos” vermelhos nas pele. É uma forma de urticária, sendo também chamado de urticária factícia ou urticária falsa.A urticária clássica se caracteriza pelo surgimento de placas avermelhadas que se acompanham de coceira na pele, podendo ter causas variadas, como medicamentos, alimentos, certas doenças, entre outras causas – veja post sobre o tema neste mesmo Blog. No caso do dermografismo, após pressão sobre um determinado local no corpo, a coceira surge em primeiro lugar e só depois de se coçar é que surgem as placas. Por isso, é comum que se inicie em locais onde a roupa aperta, elásticos, alça do soutien. O dermografismo faz parte de um grupo de urticárias deno