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Asma e corticóides


Corticóides são remédios surgidos na década de 30 e que se mostraram preciosos para salvar pessoas portadoras de doenças alérgicas e asma. Comprovadamente eficazes, mas também temidos, em virtude dos possíveis efeitos colaterais, com o tempo, o ganho positivo se mostrou muito maior, com abreviação da duração das crises, redução do número de mortes e pela eficiência no controle preventivo da asma.

Corticóides são conhecidos também como esteróides, corticoesteróides ou popularmente como cortisona. Derivam do cortisol, hormônio produzido pela glândula supra-renal.

Na asma, os corticóides atuam reduzindo a inflamação dos brônquios, o edema e a grande quantidade de secreção produzida nas vias respiratórias. Podem ser usados de 3 maneiras:
- Por via oral – em comprimidos, xaropes, solução oral ou gotas, para aliviar crises moderadas ou demoradas de asma, com pouca resposta aos broncodilatadores.
- Inalada – sob forma de bombinhas, nebulizadores, ou por inaladores de pó seco, para prevenir a asma.
- Injetável (no músculo ou na veia), para uso nas crises muito graves.

Comprimidos, soluções orais e gotas

Constituem medicamentos preciosos no tratamento de crises, por reverter o processo inflamatório de forma rápida e eficaz. Além disso, recuperam a ação dos remédios broncodilatadores, que está prejudicada nas crises graves. È o medicamento indicado para tirar uma pessoa da crise, melhorando os sintomas e evitando a morte pela asma.

Corticóides orais são usados no tratamento da asma por prazos curtos (7 a 10 dias) e mais raramente por prazos mais longos, para controlar formas graves e crônicas da asma.

Os efeitos colaterais mais comuns são ligados ao uso prolongado, como: aumento de peso, irritabilidade, alterações da pressão arterial e glicemia, variações no crescimento.

A cortisona leva algumas horas para começar a atuar e por isso, não se deve atrasar o início do tratamento. Ou seja, deve-se iniciar o medicamento para evitar que a crise de asma se torne incontrolável.

A cortisona é escolhida para uso prolongado apenas nos casos em que a asma é grave e sem controle adequado, devendo der feita sob rigorosa orientação do médico e de forma personalizada, isto é, de acordo com as características de cada pessoa.


Corticóides inalados

A descoberta dos corticóides inalados na década de 70 trouxe uma nova visão deste medicamento e um novo alento ao tratamento da asma, já que sua atuação não se reduzia às crises, mas sim ao controle da doença e pela primeira vez se falou em prevenir crises.

São eficazes no controle e prevenção das crises de asma. A longo prazo é possível alterar a inflamação das vias aéreas e em alguns casos, fazer com que as crises desapareçam, pois diminuindo a inflamação dos brônquios estaremos tratando uma das bases mais significativas da doença e não apenas aliviando seus sintomas.

Corticóides inalados são seguros e podem ser usados em crianças, adolescentes, idosos e mesmo em portadores de outras doenças, como por exemplo, nos hipertensos e diabéticos. Isso é possível porque as doses são muito pequenas (microgramas) e formuladas para agir direto nos pulmões, reduzindo efeitos indesejáveis. Quando surgem, são de pequena monta, como por exemplo, rouquidão e irritação da garganta. Esses efeitos podem ser evitados com o uso de espaçadores, ou com um cuidado simples: lavar a boca cuidadosamente (bochechar, gargarejar com água e cuspir) após cada inalação.

Para que os corticóides inalados atuem melhor, é preciso que a inalação seja feita corretamente, tanto no uso de aerossóis (“bombinhas), nebulizadores ou com os inaladores de pó seco. Converse com seu médico, faça a aplicação junto com ele, para que possíveis erros de técnica sejam corrigidos e o remédio faça efeito.

Corticóides injetáveis

Usados nas crises por via intramuscular ou venosa. A via venosa é escolhida para uso nas emergências pelo efeito rápido para reverter uma crise de asma. Alguns corticóides podem ser usados por via muscular, auxiliando no rápido alívio dos sintomas. Contudo, existem corticóides chamados de "depósito" usados por via intramuscular, que devem ser abolidos, por trazer mais prejuízo do que benefício ao asmático!


Recomendações finais

- Não tenha medo da cortisona, mas não use sem orientação do médico.
- Não use injeções intramusculares contendo corticóides de ação prolongada.
- Não espere a crise ficar grave para iniciar o remédio: peça a seu médico que oriente um plano de ação para emergências.
- Não diminua a dose por conta própria e nem pare o tratamento antes do tempo prescrito pelo seu médico.

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