1. A vacina pode mudar nosso RNA?
Mentira, não existe nenhuma chance disso acontecer. “As
vacinas que utilizam material genético do SARS-CoV-2 são compostas de RNA, ou
seja, não entram no núcleo das células, onde nosso DNA fica”, explica a Dra.
Ekaterini. Esse material genético que vem na vacina fica no citoplasma da
célula, mais especificamente em uma organela que vai fabricar a proteína que é que
é codificada pelo RNA. Por ser parecida com a proteína do vírus, ela vai
estimular a resposta do nosso sistema imunológico! E não, isso não oferece
nenhum risco ao nosso corpo, porque é apenas uma proteína que faz parte da
COVID-19 e não o vírus inteiro.
2. A vacina é segura mesmo sendo produzida tão rapidamente?
Sim. Apesar de ser uma das vacinas produzidas no menor tempo
até hoje, é preciso lembrar que houve uma corrida pela vacina e que, durante meses,
descobrir um imunizante para a COVID-19 foi um objetivo compartilhado pelo
mundo inteiro. Como lembra a Dra. Ekaterini, apesar da rapidez, nenhuma das
etapas ou regras de segurança no desenvolvimento das vacinas foi pulada ou
ignorada. “Muitas dúvidas restam, como por exemplo, por quanto tempo as vacinas
são eficazes, mas são dúvidas que não comprometem a segurança”, esclarece.
3. As vacinas podem causar outras doenças em médio e longo prazo?
No último ano, surgiram boatos falsos de que a vacina
poderia causar autismo, câncer e até HIV. Esse tipo de fake news apareceu
principalmente envolvendo as vacinas que utilizam RNA que, como explicamos anteriormente,
não alteram o nosso RNA. Não é a primeira vez que esse tipo de mentira surge,
mas o que preocupa é o volume em que elas estão sendo propagadas: segundo a
Sociedade Brasileira de Imunizações, 67% dos brasileiros já ouviram e/ou
acreditaram em uma notícia falsa envolvendo as vacinas. “Nenhum tipo de efeito
adverso grave foi observado até o momento que contraindique a aplicação das
vacinas contra Covid-19. O benefício
delas supera em muito os riscos“ garante Ekaterini.
4. Depois de me vacinar, não vou mais precisar usar máscara?
Especialistas explicam que não voltaremos à normalidade em
um piscar de olhos após a vacinação. Será preciso manter alguns cuidados, como
o distanciamento social, a redução da capacidade máxima de lotação de
estabelecimentos e uso de máscaras, por algum tempo. “É preciso que mais de 70%
da população esteja vacinada para que a circulação do vírus diminua e se possa
‘relaxar’ em outras medidas”, explica a médica. Lembrando que ainda estamos
vacinando os grupos de risco da população, e vagarosamente.
5. Pessoas com imunodeficiências podem se vacinar?
As duas vacinas que estão em uso no Brasil no momento, a
CoronaVac e da Astrazeneca, podem ser aplicadas na maioria da população. Ambos
os imunizantes podem ser usados em pessoas com imunodeficiências e com outras
condições, como Câncer. As únicas pessoas que não se podem se vacinar são aquelas
que já tiveram reações alérgicas graves por alguns dos componentes presentes em
algumas das vacinas ou doenças crônicas que possam oferecer riscos.
Entre os componentes da CoronaVac, estão o hidróxido de
alumínio, o hidrogenofosfato dissódico, o di-hidrogenofosfato de sódio, o
cloreto de sódio e o hidróxido de sódio. Já a vacina desenvolvida pela Astrazeneca,
em parceria com a Universidade de Oxford, é composta por cloridrato de
L-histidina monoidratado, cloreto de magnésio hexaidratado, polissorbato 80, etanol,
sacarose, cloreto de sódio e edetato dissódico di-hidratado (EDTA).
6. Tenho risco de sofrer uma anafilaxia ao tomar a vacina da COVID-19?
“Se você tem histórico de anafilaxia a alguma vacina ou a
algum componente das vacinas em uso, sim, esse risco existe. É importante
frisar que não se tem observado reações anafiláticas com as vacinas em uso no
Brasil até o momento, e “pessoas com alergia respiratória, dermatite atópica ou
alergia alimentar não são consideradas de risco para anafilaxia por vacinas, a
não ser que apresentem reações a algum dos componentes destas vacinas”, explica
a médica. Caso você já tenha apresentado um quadro de anafilaxia por causa de
outra vacina, é necessário conversar com o seu médico antes de se vacinar e,
caso ele lhe oriente a tomar o imunizante, também avisar o profissional de
saúde que vai aplicá-la sobre o seu histórico.
7. Pessoas que tomam imunoglobulina podem ser vacinadas?
“Sabemos que o uso de imunoglobulina humana pode atrapalhar
a resposta às vacinas. No entanto, é seguro tomar a vacina e, diante da
pandemia que vivenciamos, a indicação é que as vacinas sejam aplicadas mesmo
que não tenhamos certeza se a resposta imunológica será ótima”, orienta a Dra.
Ekaterini.
8. Quem já teve COVID-19 precisa se vacinar?
Sim, porque acredita-se que a resposta imunológica causada após contrair o vírus possa ser mais curta e menos consistente do que a obtida através da vacina. Sobre existir algum risco de se vacinar após já ter contraído a doença, o Ministério da Saúde diz que “não há evidências até o momento de qualquer preocupação de segurança na vacinação de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARS-COV-2″.
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