Há 50 anos, fumar era considerado uma espécie de rito de passagem para a vida adulta. A indústria do fumo criou esse mito por meio de investimentos milionários numa publicidade criminosa, onipresente no rádio, na televisão, nos jornais, nas revistas e nos outdoors espalhados por todas as cidades. Dirigidos às crianças e aos adolescentes, os comerciais apresentavam homens bonitos cercados de mulheres maravilhosas, machões que cavalgavam pelas montanhas, surfistas em ondas gigantescas e pilotos de corrida, que no final acendiam um cigarro da marca do fabricante. Nos anos 1960, a indústria percebeu que poderia duplicar as dimensões do mercado consumidor caso as mulheres também se tornassem dependentes de nicotina. Lançaram, então, os cigarros de "baixos teores", mais perniciosos até, porém mais palatáveis ao gosto feminino. Vieram apoiados por um bombardeio publicitário que associava o fumo ao charme e à liberdade que as meninas começavam a adquirir, graças ao ace