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RINITE - PERGUNTAS MAIS FREQUENTES


 

1)     Quais são os principais sintomas da rinite alérgica?  

Os sintomas clássicos incluem: nariz entupido (obstrução nasal), coriza clara, espirros, coceira no nariz e também nos olhos, ouvidos, céu da boca e garganta. O hábito do alérgico coçar frequentemente o nariz com a palma da mão, leva a um gesto conhecido como “saudação alérgica”.

Muitas vezes a família ou o próprio paciente não reconhecem os sintomas de rinite alérgica, confundindo com estados gripais ou resfriados. 


2)     Toda rinite é alérgica?

Não. Existem outros tipos de rinite que não são alérgicas, como por exemplo:                                       

· irritativas - causadas por cheiros ativos, mudanças bruscas de temperatura e estresse

· medicamentosas – pelo uso de gotas nasais (vasoconstrictores) e betabloqueadores

· hormonais – verificadas na gravidez e no hipotireoidismo

· ocupacionais – relacionadas ao ambiente de trabalho (poeira do trigo, madeira e detergentes)

 

3)     Que fatores podem desencadear ou agravar uma rinite alérgica?

A rinite alérgica se agrava nos meses de outono/inverno, pelas condições climáticas favoráveis à proliferação de vírus e de substâncias que se dispersam no ar, como os ácaros da poeira, fungos, pelo de animais e baratas. Entretanto, fatores inespecíficos (mudanças de temperatura, ar frio) e irritantes (odores fortes, fumaça de cigarro, poluição ambiental) também podem desencadear ou agravar a doença.


4)        Como fazer o diagnóstico?

 O diagnóstico inclui a história clínica detalhada, o exame físico e os testes alérgicos do paciente, que podem auxiliar na confirmação da sensibilidade a determinadas substâncias alergênicas em nosso meio.


 

5)        Quais são as principais complicações?

Apesar de ser muito frequente e ter caráter benigno, a rinite alérgica é subvalorizada por médicos e pacientes, retardando o tratamento. Como consequência, existe maior predisposição às complicações do aparelho respiratório superior como as sinusites e otites. Por outro lado, a obstrução nasal persistente favorece a Síndrome da Respiração Bucal, especialmente nas crianças. Respirar com a boca aberta têm repercussões significativas na qualidade do sono (sono agitado), no aumento das adenoides, na diminuição do apetite, na desatenção na escola, em alterações na arcada dentária, no alongamento da face e em deformidades no tórax e na coluna. O uso de chupetas e sucção do dedo em qualquer idade e mamadeira após os 2 anos devem ser retirados porque agravam ainda mais o problema.

Vale lembrar que cerca de 30-40% dos pacientes com rinite alérgica também apresentam asma.

 

6)     O que são adenoides?

Adenoides são amígdalas situadas na região que fica por trás do nariz, perto da comunicação com a tuba do ouvido. Costumam ser chamadas de “carne no nariz”, embora não se situem no nariz. Podem ser visualizadas em radiografias em perfil (Cavum), tomografias dos seios da face ou por endoscopia nasal. Todas as crianças têm adenoides, entretanto, seu aumento pode ser responsável por roncos noturnos, respiração com a boca aberta e pelas crianças babarem no travesseiro.

 

7)        Quais são os pontos-chave para o correto tratamento?

O tratamento básico da rinite alérgica consiste em: 

a)    Identificar / afastar os fatores desencadeantes: poeira, mofo, odores fortes, poluentes, etc.

b) Uso regular de medicações de controle: corticoides e/ou anti-histamínicos intra-nasais e antileucotrienos. 

c)    Medicações para as crises: anti-histamínicos, descongestionantes e corticoides orais. 

d)    Imunoterapia (vacinas).

 

8)     Vacina para alergia têm bom efeito na rinite?

Sim. A imunoterapia específica com alérgenos, popularmente conhecida como vacina para alergia, é muito eficaz no controle de inúmeras doenças alérgicas, incluindo a rinite alérgica. Quando bem indicada, é o único tratamento capaz de modificar o curso natural da doença alérgica, através da diminuição da sensibilidade a um determinado alérgeno (ácaros, fungos, pelo de animais, pólens ou insetos). Deve ser preparada pelo alergista de acordo com os resultados dos testes alérgicos, usando material padronizado e de forma individual para cada paciente. O tempo de uso, para se obter controle duradouro dos sintomas ou seja dessensibilização pode variar de 3 a 5 anos.

 

Este texto é de autoria do Dr Nelson Cordeiro - Mestre em Alergia e professor do Curso de Pós Graduação no HCE - RJ. 

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