Anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica, grave e rápida desencadeada geralmente por uma substância, chamada alérgeno, e se caracteriza pela diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea, acompanhada ou não de edema da glote e urticária. A reação anafilática pode ser provocada por quantidades minúsculas da substância alergênica. O tipo mais grave de anafilaxia — o choque anafilático — pode ocasionar a morte caso não seja tratado.
O principal medicamento para a anafilaxia é a adrenalina intramuscular, que pode ser aplicada através de injeção (nos serviços médicos), ou pelo paciente (ou responsável) com a utilização de um dispositivo autoinjetável.
Em casos graves como anafilaxia, não se usa a via subcutânea, muito menos a nebulizada, pois estas têm um tempo muito maior para ação e fornecem uma concentração plasmática (concentração no sangue) muito menor do que a desejável. Também não se usa a via intravenosa, pois a adrenalina tem efeitos colaterais importantes e quando a medicação chega direto pelo sangue, a concentração plasmática fica muito acima do que a necessária e pode haver riscos cardiovasculares. A via endovenosa só é utilizada para injetar adrenalina em caso de parada cardiorrespiratória.
Onde comprar adrenalina?
No Brasil, este é um problema... Não temos ainda o dispositivo autoinjetável e quem dele necessita tem de importar a um custo muito alto. Além disso, a adrenalina não é vendida em farmácias e nem poderia, pois é um medicamento de uso exclusivo hospitalar, pelos seus riscos. Usar adrenalina em dose incorreta é quase tão grave quanto sua não utilização e a preparação de uma seringa para aplicação intramuscular não é tarefa para quem não tem preparo de enfermagem, medicina ou farmácia. Por isso, em situações onde é impossível a aquisição de dispositivos autoinjetáveis (que possuem doses fixas da medicação: 0,15mg para crianças e 0,30 mg para adultos), ou quando estes vão demorar a chegar e o risco de anafilaxia é alto, a alternativa é o uso de seringas pré-preenchidas.
Pontos de consenso entre os alergistas para uso da adrenalina:
1- O ideal são os dispositivos autoinjetáveis.
2- Se estes não estiverem disponíveis e avaliando-se caso a caso, o alergista (que compra a adrenalina em distribuidores hospitalares) pode fornecer ao paciente seringas pré-preenchidas na dose correta. Tais seringas devem ser guardadas em estojo escuro (a luz degrada a medicação), limpo, à temperatura ambiente (evitar superaquecer, como deixando em carros sob sol! Isso serve também para os dispositivos autoinjetáveis) e sempre em duplicata (ou seja, duas seringas). Esse estojo deve ser levado pelo(a) paciente em todos os lugares, exatamente como os dispositivos autoinjetáveis e a segunda seringa deve ser utilizada após 5-10 minutos da primeira caso os sintomas ainda persistam (isso serve igualmente para os dispositivos autoinjetáveis que também devem estar em duplicata). Essas seringas pré-preenchidas duram 2 meses, prazo este após o qual devem ser substituídas, quer porque aumenta o risco de contaminação, quer porque diminui a eficiência da medicação pela sua degradação.
3- Local de aplicação – tanto dos dispositivos autoinjetáveis, quanto das seringas - deve ser a coxa pois existem estudos mostrando que nesse local a absorção da droga é mais rápida e como o músculo vastolateral da coxa é muito robusto, o risco durante o procedimento é menor se comparado a outros locais.
4- A via, como já dito, sempre intramuscular.
Este e outros temas de grande importância, abordando a anafilaxia, podem ser lidos no site "Anafilaxia Brasil" coordenado pela ASBAI
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