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Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias


O que é imunodeficiência? 
Nosso sistema imunológico é como um exército, onde existem diferentes armas, todas importantes para manter a defesa do organismo de forma adequada. A primeira linha de defesa é formada por células do sangue, denominadas glóbulos brancos (fagócitos), e por proteínas do sangue capazes de destruir microorganismos (sistema complemento). Quando estes componentes não conseguem destruir os microorganismos, o organismo lança mão de células específicas, denominadas linfócitos T e B. Imunodeficiência é um grupo de doenças, caracterizadas por um ou mais defeitos do sistema imunológico. Como conseqüência destas alterações, o indivíduo se torna mais propenso a apresentar grande número de infecções. 

Estas alterações do sistema imunológico são hereditárias? 
Existem dois grupos de alterações imunológicas. O primeiro grupo é constituído por defeitos hereditários, provenientes dos pais, e geralmente iniciam-se na infância, embora em algumas situações só se manifeste na idade adulta. Nestes casos, outros membros da família podem ser também, afetados. Estas alterações são conhecidas como imunodeficiências primárias ou congênitas. O segundo grupo é constituído por defeitos não hereditários, mas secundários a outras condições, como, por exemplo, desnutrição e infecção pelo HIV (vírus causador da AIDS). São conhecidas como imunodeficiências secundárias ou adquiridas, sendo estas muito mais freqüentes que as imunodeficiências primárias. 



Todas as crianças com infecções repetidas têm imunodeficiência? 
Não. Estima-se que entre as crianças portadoras de infecções repetidas encaminhadas para investigação, aproximadamente 50% delas sejam imunologicamente normais, 30% sejam alérgicas, 10% sejam portadoras de outras doenças não imunológicas, e apenas 10% sejam portadoras, realmente, de alguma imunodeficiência. Nos casos de suspeita de imunodeficiência, o médico deve fazer uma avaliação completa do sistema imunológico, para verificar o seu funcionamento. 

Os recém-nascidos são imunodeficientes? 
Não. Os recém-nascidos recebem anticorpos passivamente da mãe, através da placenta, nascendo, desta forma, com níveis adequados de anticorpos, o que lhes propicia proteção contra infecções nos primeiros meses de vida. Porém, durante o primeiro ano de vida, a criança passa por um processo fisiológico de imaturidade de seu sistema imunológico, o que a torna mais vulnerável a infecções. Neste sentido, o aleitamento natural, que é uma fonte rica de anticorpos e outros fatores de defesa, desempenha importante papel na proteção do lactente, especialmente no primeiro ano de vida. 




Crianças com resfriados mensais devem ser investigadas para imunodeficiência? 
Não. Resfriados são infecções virais, geralmente sem gravidade, que frequentemente acometem crianças saudáveis, especialmente as que freqüentam creches e escolas. Portanto, desde que não haja complicações para infecções mais graves, os resfriados freqüentes não sugerem alterações da imunidade. 6. As imunodeficiências só se manifestam como infecções repetidas? Não. Algumas vezes as imunodeficiências podem se manifestar como diarréia crônica, retardo de crescimento, baixo ganho de peso, doenças alérgicas graves, doenças autoimunes (por exemplo, lúpus e artrite reumatóide), tumores e alterações no sangue (anemia e diminuição de glóbulos brancos). 

Existe tratamento para as imunodeficiências? 
Existem diferentes formas de tratamento, dependendo da imunodeficiência. Algumas modalidades de tratamento consistem de medicações para estimular a produção de glóbulos brancos, a reposição mensal de anticorpos, a terapia gênica (ainda não disponível no Brasil), e o transplante de medula óssea, já realizado em nosso país para várias imunodeficiências. O mais importante é que as imunodeficiências sejam corretamente diagnosticadas, para que o tratamento mais adequado seja indicado o mais precocemente possível. 

É necessária alguma restrição alimentar para os pacientes com imunodeficiência? 
Não. Recomenda-se uma alimentação saudável e a mais balanceada possível, fornecendo todos os nutrientes necessários. Porém, deve-se ter muito cuidado com as frutas e verduras cruas ingeridas fora de casa, pois elas podem não ser bem lavadas e transmitir infecções e parasitoses intestinais. Desta forma, recomenda-se que os pacientes comam frutas e verduras cruas apenas em suas próprias casas, ou de familiares cujo cuidado no manuseio seja conhecido. 

Pacientes com imunodeficiências podem receber vacinas? 
Depende do tipo de imunodeficiência. Em algumas situações, como deficiências do sistema complemento ou de fagócitos, são recomendadas, inclusive, as vacinas especiais não oferecidas à população pela rede pública. Entretanto, as vacinas de microorganismos vivos atenuados (por exemplo, BCG, febre amarela e tríplice viral) são contra-indicadas em determinadas imunodeficiências. O pediatra poderá fazer as orientações necessárias. 



Depoimento:


FONTE: Eu luto pela imuno

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