1- Teste de puntura (ou “prick test”):
É indicado na suspeita de atopia, alergias respiratórias e alimentares. É um procedimento rápido, seguro e indolor, realizado no antebraço do paciente. Após limpar o local com álcool, pingam-se algumas gotas dos alérgenos e utilizando um puntor, faz-se uma leve picada (puntura ou “prick”) em cada gota. Utiliza-se controle positivo e negativo. Aguarda-se por cerca de 20 minutos e observa-se a reação no local. O teste é positivo quando surge uma elevação avermelhada na pele, que é medida em milímetros. Alguns pacientes podem ter resposta tardia ao teste, em geral iniciando uma a duas horas após aplicação do teste, com máximo entre 6 a 12 horas.
Os testes mais utilizados por método de puntura são os inalantes (ácaros da poeira, fungos, pelos de animais, penas, lã, gramíneas ou polens, entre outros) e alimentares (leite, ovo, crustáceos, frutas variadas, trigo, centeio, aveia, arroz, amendoim, cacau, entre outros).
2- Teste “prick to prick”:
Trata-se de uma variação do teste de puntura onde o alergista utiliza alimentos ao natural (frutas frescas, por exemplo), para realizar o procedimento.
3- Teste intradérmico:
Este teste é realizado com injeções sob a pele (intradérmicas) utilizando uma seringa de 1ml descartável com agulha fina. Alguns testes são avaliados 15 a 20 minutos após e outros dependem de uma leitura tardia, isto é, com resultados após 48 horas. São testes sensíveis, embora tenham mais chances de provocar reações indesejáveis.
Os testes mais utilizados por método intradérmico são: insetos, bactérias, fungos e testes para avaliação memória e da defesa imunológica.
4-Teste de contato:
São usados para avaliar alergias da pele, quando se suspeita de uma alergia de contato. Limpa - se a pele (em geral nas costas) e cola-se o material do teste montado previamente em contensores, protegendo-se o local com fita adesiva micropore. Após 48 horas, o teste é retirado, sendo recomendada a exposição à radiação ultra violeta. O paciente retorna 24 horas após, para avaliação final e orientação dos resultados. Utiliza-se uma bateria padronizada de substâncias ou testam-se apenas aquelas que o paciente manipula habitualmente e que se suspeita.Por exemplo, pode-se testar o próprio esmalte de unhas que a pessoa utiliza.
Testes Especiais:
Teste de Provocação
Consiste em colocar a substância suspeita diretamente no local onde ocorre a alergia. Utiliza-se a provocação nasal, brônquica, oftálmica ou ingerindo o alérgeno. Por exemplo, pede-se ao paciente para ingerir um alimento suspeito ou faz-se uma nebulização com o próprio alérgeno. Estes testes são perigosos, devendo ser realizados apenas por alergista treinado e em ambiente hospitalar.
Teste Cutâneo e Reintrodução
Indicados para avaliação de reações ocorridas durante procedimentos com uso de anestesia local e para investigar reações a alguns tipos de medicamentos. O teste deverá seguir um protocolo estabelecido.
Teste de contato de Atopia
Uma variante dos testes de contato para avaliação de eczema é a aplicação do método para determinar reações tardias a alérgenos de alimentos, aeroalérgenos e medicamentos.
Testes no sangue: são realizados em laboratório, com a coleta do sangue e dosando a presença do anticorpo de alergia (IgE ou imunoglobulina E) específico para cada substância suspeita. É possível realizar esta dosagem para inalantes (ácaros da poeira, fungos, baratas, pelos de animais, etc) alguns alimentos (leite, ovo, frutas, cereais, cacau, etc), veneno de insetos, látex (borracha) e alguns tipos de medicamentos.
Em algumas pessoas, o teste cutâneo precisa ser substituído pela avaliação no sangue, como por exemplo: pessoas que não podem interromper o uso de antialérgicos ou que tenham lesões severas na pele, bem como aquelas que já tiveram reações graves anteriormente.
Muitos fatores podem influenciar no resultado dos testes alérgicos, a começar pela qualidade e tipo do extrato utilizado, que deve ser padronizado de acordo com as normas nacionais e internacionais.
Crianças pequenas e idosos têm mais facilidade em resultados negativos. Além disso, os testes de leitura imediata (puntura e intradérmicos) realizados para inalantes, alimentos e insetos, sofrem a influência de medicamentos, como por exemplo, os antialérgicos, que devem ser suspensos 5 a 7 dias antes.
Os testes de contato podem resultar em falso negativo se o paciente estiver em uso de cortisona. Da mesma forma, as condições da pele e a técnica de realização dos testes poderão influenciar no resultado final. Por exemplo, pessoas portadoras de dermografismo por terem uma pele mais sensível, reagirão de forma exagerada, resultando em falsa-positividade ao teste.
Conclusões
- Testes são procedimentos importantes para auxiliar o médico a identificar os fatores que provocam a alergia.
- Não existe um teste que sirva para detectar tudo que pode causar alergia numa pessoa.
- Um teste isolado, sem a avaliação clínica feita pelo médico, não tem valor.
- Não há um teste preciso para corantes e aditivos alimentares.
- Testes para medicamentos são restritos e específicos.
- Cuidado com técnicas ditas de testagem da hiperssensibilidade alérgica divulgadas na mídia, mas destituídas de base científica, como por exemplo: bioimpedância, teste do fio de cabelo, determinação de IgG 4 para alimentos, entre outros.
Em suma, o teste realizado de forma adequada e bem indicado é de grande valia, pois define a natureza alérgica dos sintomas, ao mesmo tempo em que avalia o grau de sensibilização. Assim, é possível estabelecer a causa dos sintomas, orientar o tratamento mais adequado e específico para cada paciente.
Muito importante essa informação. Estive na Policlínica, após muita busca por solução do caso do meu filho de 1 ano que tem alergia alimentar e dermatite atópica e ao saber que é possível fazer o teste nele pelo exame de sangue fiquei mais segura por nortearem o tratamento. Muito obrigada.
ResponderExcluirJosy; é muito importante avaliar com segurança e, em conjunto com os dados da história clínica, poder traçar um plano de tratamento adequado e eficaz. Obrigado pela visita ao Blog da Alergia
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirTenho alergia desde de a infância, me recomendaram vacinas contra, mas não tínhamos condições financeiras na época. No final da adolescência minhas alergias ficaram fora de controle. Fiz um teste alérgico e foi constatado que tinha alergia a ácaro e poeira de uma forma geral. Com o passar do tempo isso foi piorando e se estendeu para cheiros fortes,spray,aerosol,mudanças constantes no clima,todo e qualquer tipo de fumaça,incluindo nebulizadores e por fim a poeira e ácaro. Quando a rinite "ataca" vem a coriza,dor no peito e tds os sintomas comuns.Quando sou exposta a frio intenso ou a algum esforço físico grande,sinto falta de ar e um chiado incessante no peito,tenho receio de ter asma.Minha médica me pediu um "teste de sopro"que ainda não pude fazer. Queria saber se é possível que eu tenha asma?O que eu posso fazer para amenizar esses sintomas?
Obrigada!
Camila: compreendo seu sofrimento, pois a urticária nem sempre é uma doença de fácil controle, uma vez que existem muitas causas envolvidas e que variam em cada pessoa. Os medicamentos são úteis e necessários para aliviar o problema, mas não resolverão se a causa não for detectada e combatida. Além disso, existe uma parcela de casos de difícil controle de origem autoimune ou mesmo de causa desconhecida. Caso more no Rio, a nossa equipe médica está ao seu dispor na Clínica de Alergia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro para avaliar seu caso e prestar maiores esclarecimentos. Obrigado pela visita ao Blog da Alergia.
ResponderExcluirSuelem: a rinite é uma doença considerada leve e sem gravidade. Mas a rinite pode provocar sintomas variados com reflexos nas estruturas respiratórias: seios da face, ouvidos, garganta, brônquios. Por isso, pessoas que têm rinite podem evoluir para sintomas de asma. O tratamento deve incluir o controle dos sintomas nasais. Convido que escreva para nosso e-mail e enviaremos para você o livro sobre a rinite. Gratos por sua visita.
ResponderExcluirFiz os testes alérgicos e o resultado foi que sou alérgica a cortimerasol e a níquel pois sofro muito o médico me disse que todos os alimentos contém níquel até a água . Estou com manchas e lesões na pele não sei mais o que fazer gostaria de saber se tem algum tratamento ou médico que possa me ajudar ... sou de cascavel Paraná se alguém souber de algo meu email é adriananunes222@hotmail.com. obrigada !
ResponderExcluirAbriana: a resposta foi encaminhada para seu e-mail. Gratos pela visita ao Blog da Alergia.
ResponderExcluirOla
ResponderExcluirEu queria saber se para realizar os testes de alergia; cutaneo e de contato o profissional precisa ser medico? E se nao,qual profissional habilitado pra isto?
Érica: segundo normatização do Conselho de Medicina e da ASBAI, os testes alergológicos devem ser realizados por médico especializado ou por profissional técnico devidamente treinado, e, nesse caso, obrigatoriamente supervisionado pelo médico.
ResponderExcluirGratos pela visita ao Blog da Alergia.
Eu fui submetida a estes testes e o prossional que realizou nao e medico nem tao pouco havia supervisão medica.me sinto prejudicada, pois tive reacao visivel(nas costas inchou 3 bolinhas e escureceu, ardeu e coçou intensamente durante e muitos dias apos ler o último dia) mesmo assim na leitura o profissional disse que nao deu nada.
ResponderExcluirSinto muito, mas não não tenho condições para avaliar o resultado do seu teste sem saber qual foi o procedimento realizado, sem conhecer seus dados clínicos e sem avaliar pessoalmente. Aconselho que procure uma segunda avaliação a fim de dirimir suas dúvidas. Gratos pela visita ao Blog da Alergia.
ResponderExcluirA partir de que idade é mais confiável realizar testes alérgicos em crianças?
ResponderExcluirDanielle: a normatização de testes não fixa uma idade para realizar testes alérgicos pois depende da necessidade e da clínica apresentada pela criança, bem como do tipo de teste a executar. Agradecemos sua visita ao Blog da Alergia.
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