A asma é uma doença controlável, mas mesmo com todos os recursos atualmente disponíveis, ainda pode ser grave e ameaçadora.
O tratamento da asma inclui remédios usados não só nas crises, aliviando os sintomas, mas também para controlar a doença e prevenir o aparecimento de novas crises. Dentre essas medicações controladoras, as mais eficazes são as que contem corticóides inalados isolados ou em associação com broncodilatadores de ação prolongada.
As medicações usadas em forma de sprays (“bombinhas”) ou de inaladores de pó seco, ao contrário da crendice popular, são extremamente, seguras. O uso inalado tem efeito direto sobre os pulmões, permitindo ação mais rápida, duradoura e com mínima absorção para o resto do organismo, graças a sua formulação especial em doses mínimas (microgramas). Essa ação direta na mucosa dos brônquios controla a inflamação causada pela asma, com raros efeitos colaterais.
Mas, tratar não é só tomar remédios.
É sabido que muitos fatores podem “disparar” ou agravar crises, como se fossem os gatilhos de uma arma. Conhecer estes fatores pode ajudar e complementar o tratamento com medicamentos.
E, lembre-se: cada pessoa é única, seja uma criança, adolescente, adulto, uma gestante ou um idoso! Isso significa que cada asma também é única e deve ser analisada caso a caso. Citaremos abaixo quais são os fatores mais comuns que podem causar ou agravar crises.
Gatilhos da asma – de A a Z
Alergia: ácaros da poeira doméstica, mofo (fungos), animais de estimação, entre outros, podem ser alérgenos, ou seja, substâncias capazes de provocar sintomas de alergia e crises de asma. Uma investigação completa do histórico de alergia pessoal ou familiar pode ser útil. Estudos sugerem que o controle da alergia nasal crônica pode resultar em controle mais fácil da asma.
Baratas: a sensibilização aos alérgenos de baratas pode ser um fator relacionado à asma, sobretudo a quadros de maior gravidade em pacientes de nível socioeconômico mais baixo.
Comidas : alguns alimentos podem provocar crises de asma. Mas, esta não é uma causa habitual. É mais comum em lactentes e crianças pequenas com alergia ao leite de vaca associado à anafilaxia (choque anafilático). O alergista detectará se é esse o seu caso.
Doenças: a presença de outras doenças pode influenciar no tratamento e no agravamento da asma, como por exemplo: diabetes, refluxo, sinusite. Rinite e asma se associam com freqüência. A rinite é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de asma.
Exercício: e atividades físicas extenuantes podem provocar sintomas, mesmo quando a asma está bem controlada. Pode afetar alunos, em especial nas aulas de educação física. Adolescentes asmáticos sentem-se preteridos e menos capazes de realizar estas atividades. Atletas, incluindo desportistas de elite podem ter sintomas, nem sempre reconhecidos como asma. O alergista orientará medidas para superar a doença e permitir e incentivar a atividade física.
Fumaça de cigarro: assim como outros fatores irritantes como inalação de ar seco ou frio, mudança de tempo, poluição, odores fortes, podem ser potentes desencadeadores e mantenedores de crises de asma.
Gênero: a asma em lactentes e crianças pequenas é mais comum no sexo masculino, Mas em crianças maiores e na adolescência, passa a ser mais prevalente e mais grave entre as mulheres.
Hormônios: fatores hormonais, como por exemplo: menstruação, gravidez e menopausa, podem desencadear crises em algumas mulheres. A asma pode se agravar ou surgir na gravidez.
Infecções: vírus (resfriados, gripes) ou bactérias (sinusite, pneumonia) podem provocar ou agravar crises de asma, impedindo a melhora. Tratar sintomas nasais é importante para controlar a asma.
Jovens têm mais dificuldade em reconhecer a doença e assumir que são asmáticos, o que pode interferir no seguimento do tratamento e agravar crises.
Kiwi – e outras frutas como banana, abacate fazem reação cruzada com látex e podem desencadear urticária, rinite e asma em pacientes sensíveis. Se você é alérgico ao látex, peça ao seu médico para investigar e orientar sua dieta.
Limitação de atividades e sedentarismo: o temor pelas crises e a sensação de dispnéia podem desencorajar atividades físicas e estimular o sedentarismo, que termina por agravar a asma. Pacientes com asma controlada devem praticar exercícios físicos regulares.
Medicamentos: aspirina, analgésicos, antiinflamatórios, beta-bloqueadores, podem desencadear asma em pacientes sensíveis a esses medicamentos.
Não reconhecimento da doença e de sua gravidade: a falha na percepção da doença e das crises pode prejudicar o tratamento, agravando o problema. O asmático deve ser orientado a reconhecer sintomas leves da doença ou ainda saber quais são os sinais de alarme, que indicam a necessidade de procurar um atendimento de emergência.
Obesidade e a asma podem se associar, sendo comprovado que o sobrepeso é um fator de agravamento da doença.
Psiquiatria: doenças psiquiátricas, disfunções mentais, depressão e problemas de ordem psicossocial podem desencadear crises e interferir no seguimento do tratamento. Tal atitude tem sido associada à morte por asma.
Qualidade de vida: asmáticos podem ter sua qualidade de vida bastante prejudicada, levando a um ciclo vicioso com agravamento da doença.
Refluxo Gastro Esofágico: cerca de 15 a 40 % dos asmáticos apresentam sintomas de refluxo. A prevalência do refluxo gastroesofágico é maior em asmáticos. Além disso, é comprovado que a presença de refluxo pode ser um fator desencadeante de asma, seja causando ou agravando crises.
Stress e fatores emocionais não são causas diretas de asma, mas podem desencadear crises, agravar e impedir a melhora da asma.
Trabalho: muitas vezes o fator desencadeante da asma de um paciente é devido ao seu local de trabalho. São conhecidas como asmas ocupacionais e seu diagnóstico preciso pode ser difícil.
Urgência: asma deve ser tratada todos os dias e não apenas nos casos de urgência. Crises mal tratadas podem predispor a novas crises. “Quanto mais asma, mais asma”. O contrário é verdadeiro, quanto melhor for o controle da doença, menos crises ocorrerão.
Vacinas – não são agravantes mas devem ser citadas. As vacinas de alergia (imunoterapia) são a única forma de diminuir a sensibilidade alérgica de um paciente, melhorando os sintomas de longo prazo.
Já as vacinas de imunização contra a gripe e pneumonia bacteriana são importantes e funcionam como medidas preventivas no desencadeamento de crises de asma.
Xaropes, em especial os sedativos de tosse podem agravar uma crise e não estão indicados para tratar a asma. Só use remédios prescritos por seu médico. Repetir receitas antigas ou usar um medicamento que “deu certo” para outra pessoa, não é uma boa conduta. A automedicação pode ser perigosa.
Zerar crises é o objetivo final deste texto. A asma é passível de controle, permitindo uma vida normal ao portador da doença, desde que mantenha seus cuidados e não interrompa sua medicação ao se sentir bem. O diálogo com o médico é essencial.
MUITO BOM!! Excelente postagem! Excelente!
ResponderExcluirEspetacular! Muito bom o post! Completo e abrangente.
ResponderExcluirParabéns!
Obrigado André.Um abraço.
ResponderExcluirPARABÉNS TEXTO CLARO, DE GRANDE VALOR, ESCLARECEDOR. NOTA 10, ESSE TRABALHO VOLUNTÁRIO DE VOCÊS É LINDO.
ResponderExcluirObrigado, Jane. Agradeço em nome da nossa equipe Abraços!
ResponderExcluirbom dia !! parabens pelos esclarecimento muito bom!!quero saber o seguinte se chocolate e amendoim e um agravante? muito obrigada
ResponderExcluirOlá Eva, boa tarde. O Chocolate e o amendoim funcionam como agravantes em pacientes que possuem alergias alimentares associadas a asma. Não são comuns. Eles podem é piorar o Refluxo Gastroesofágico, que acaba desencadeando crises de asma, em alguns casos. Obrigado pela visita.
ResponderExcluirOi tenho muitas bolinhas nas minhas costas que cocam bastante elas são aglomeradas muito pertinho uma das outras o que pode ser? E tem umas q d vez enquanto saem secreção
ResponderExcluirSinto muito, mas não é possível afirmar a causa das "bolinhas" que descreve sem examinar você pessoalmente. É aconselhável que procure atendimento médico. Agradeço sua participação no Blog da Alergia.
ResponderExcluirTexto muito bom, repassei por achar que pode ajudar outras pessoas.
ResponderExcluirDemorei muito a ser diagnosticada com alergia anafilática.
Obrigado, Carla. Agradeço em nome da equipe do Blog da Alergia.
ResponderExcluirEu estou com o corpo irritado casando e pinicando muito ..oq pode ser e que pomada eu possa usar..preciso de uma resposta precisas ja tenho quatro dias assim
ResponderExcluirJulio Cesar Boa tarde.O parecer que solicita não pode ser emitido através deste aconselhamento na internet. Lesões na pele podem ser muito parecidas e só podem ser identificadas examinando pessoalmente. Avaliar sem examinar pode incorrer em erros de diagnóstico e tratamento. Se as lesões estão persistentes, você deve procurar atendimento médico. Obrigado pela visita ao Blog da Alergia.
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