As férias acabaram e chegou a hora de voltar às aulas. Uma boa idéia é aproveitar este momento para fazer uma visita ao alergista e reiniciar o ano letivo com boa saúde.
É comprovado também que a alergia é uma das maiores responsáveis por falta às aulas. Sem contar que em muitas crianças e adolescentes, há uma nítida interferência da doença no aprendizado. E, não são apenas as doenças mais graves que prejudicam. Um exemplo é a rinite alérgica, causando obstrução nasal persistente, aumento de adenóides ou otite, acarretando diminuição da audição, muitas vezes de forma discreta e nem sempre percebida, mas suficiente para atrapalhar o aluno nas aulas e ditados.
Por isso, vamos chamar a atenção para as doenças alérgicas e influências na escola:
ASMA
È muitas vezes chamada de “bronquite asmática”, “bronquite alérgica” ou simplesmente “bronquite” e se caracteriza pela presença de inflamação nos brônquios e por crises de falta de ar, chiados, tosse e catarro no peito. Inicia-se em geral na infância, mas pode acometer qualquer idade.
As crises de asma são muito variadas, podendo se manifestar por pequenos sintomas, como exemplo, uma tosse que aparece quando a pessoa ri, corre, faz esforços ou à noite. Em outros casos, a asma se acompanha de sensação de aperto no peito, dificuldade para respirar, cansaço, tosse e catarro. Crises graves podem necessitar hospitalização e ameaças a vida.
Os sintomas de asma podem ser intermitentes, ou seja, surgirem de vez em quando, alternando com longo tempo sem se manifestar; ou sintomas persistentes e repetidos, atrapalhando suas atividades diárias. As crises de asma podem surgir em resposta a fatores do ambiente – na casa ou na escola – e necessitam tratamento imediato para evitar atendimentos em pronto socorro e internação hospitalar. A medicação inalada é importante para o controle da asma, mas sofre preconceito por grande parte das pessoas.
Por tudo isso, é muito importante que a equipe escolar conheça a asma e atue em sintonia com as orientações médicas.
RINITE
Rinite alérgica é uma doença que se manifesta por inflamação da mucosa nasal e com sintomas repetidos de: espirros em salva, coriza abundante, obstrução nasal (nariz entupido) e coceira em nariz, olhos, ouvidos e garganta.
Os sintomas da rinite se assemelham a um resfriado comum e por isso podem passar despercebidos pelo paciente, pela família ou mesmo pelo médico. Com o passar do tempo, pode piorar e surgir comprometimento em olhos (conjuntivite), ouvidos (otites), seios da face (sinusite), pulmões (bronquite ou asma), etc. Ou seja, a repetição das crises pode acarretar outras doenças, desconforto, noites mal dormidas, faltas à escola e prejuízo no aprendizado. Crianças com rinite podem ser confundidas com crianças hiperativas, pois tendem a ser irritadiças, desatentas com os colegas e professores.
O controle de fatores ambientais, em casa ou na escola, é essencial para o sucesso do tratamento da rinite alérgica.
DERMATITE ATÓPICA
A dermatite atópica se caracteriza por uma pele seca, irritadiça, com muito prurido (coceira) e pela presença de lesões eczematizadas, em especial em dobras dos braços, pernas e pescoço. Pode variar desde formas leves e quase imperceptíveis até acometimento severo da pele. Pessoas portadoras de dermatite atópica podem sofrer com o preconceito, seja pelo aspecto das lesões, seja pelo medo de ser contagioso.
É importante ressaltar que a presença do eczema na pele pode influenciar o relacionamento social, prejudicando seu desenvolvimento, bem como o rendimento escolar e o companheirismo com os colegas.
A orientação adequada do professor e da equipe escolar é muito importante, a fim de combater preconceitos e tranqüilizar o aluno. Além disso, a compreensão de que algumas medidas poderão ajudar o aluno atópico.
- O calor e a sudorese são fatores que pioram a DA e por isso, os uniformes devem ser de tecido leve (algodão). Evitar uniformes confeccionados com tecidos grossos (ex: jeans) ou sintéticos (ex: helanca, lycra). O aluno deve ter a opção de uso de bermudas e de modelos mais leves, de preferência em algodão.
- Algumas crianças necessitam tomar banhos com sabonetes especiais e usar hidratantes, em especial após aulas de educação física, atividades esportivas e piscina.
ALERGIAS ALIMENTARES
Alergias alimentares resultam de uma reação anormal do sistema imunológico a um determinado tipo de alimento e podem surgir como urticária, manchas na pele, diarréia, vômitos, entre outros. Sintomas graves vêm no máximo duas horas depois da ingestão de alimentos. Falta de ar, inchaço e desmaio costumam indicar choque anafilático.
Uma vez detectada a alergia alimentar, resta evitar o alimento suspeito. Mas, não basta: é preciso evitar também os derivados daquele alimento. Por exemplo, uma pessoa alérgica a leite deve evitar também: biscoitos, yogurtes, manteiga, chocolates ao leite, etc. Por isso, é importante ler os rótulos e, se não tiver rótulos, avaliar a composição dos alimentos antes de ingeri-los.
A orientação do professor e da escola é fundamental para que se evite a crise, que pode ser grave.
Como a escola pode ajudar:
- A limpeza das dependências da escola deve ser feita fora do horário das aulas, na ausência dos alunos
- Obras, pinturas e dedetizações devem ser programadas para o período de férias
- As salas de aula devem ser bem ventiladas
- O fumo não deve ser permitido nas salas de aula
- Nas turmas de crianças pré-escolares e nas aulas de artes prefira utilizar tintas e substâncias com pouco odor
- Evite o uso de cortinas nas salas de aula e, se necessárias, lavá-las periodicamente
- Ventiladores devem ser limpos diariamente com pano úmido e a limpeza dos aparelhos de ar condicionado deve incluir a lavagem do filtro de ar (espuma)
- O pó do giz pode provocar irritação das vias respiratórias e piorar a asma e rinite. O ideal é usar quadro branco, mas se não houver outro jeito, a limpeza do pó de giz deve ser feita com pano úmido.
- Para pré-escolares, que tiram sonecas na escola, usar colchões e travesseiros encapados.
Aulas de Educação Física e prática de esportes podem ser realizadas pelos alunos portadores de asma, desde que tenham sua doença sob controle. O uso de medicação adequada pode ser prescrito pelo alergista para evitar as crises de asma.
É importante estabelecer um diálogo com a família e o médico para que se possa colocar em prática os cuidados necessários. No ato da matrícula, deverá ser feita uma ficha com os dados da criança, incluindo cópia a receita e do plano de ação. A equipe escolar deverá ser orientada pelos pais sobre os primeiros sintomas de crise e ter disponíveis números de telefones para eventuais necessidades. Caso seja necessário, é preciso que se permita o uso de remédios no horário escolar, desde que sejam seguidas as orientações médicas pertinentes
O aluno asmático não deve ser considerado “diferente” ou ser tratado com mimos especiais: bem controlado, estará apto a se integrar às atividades executadas na escola ou fora dela. As situações especiais deverão ser discutidas com a família.
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