O Jornal O Globo publica hoje uma matéria alertando sobre um método perigoso utilizado com objetivo de alongar cílios, aplicando gotas de um colírio para glaucoma nas pálpebras, puro ou misturado ao rímel.
Esta matéria aborda e ressalta alguns problemas:
- o uso de uma medicação, que só deveria ser prescrita por médicos, feita com objetivos puramente estéticos.
- o risco da automedicação: estudo recente realizado em 8 capitais brasileiras com 800 adultos, entre 18 e 69 anos, mostrou que mesmo com boa saúde, 63% dos entrevistados usavam algum remédio.
- a falsa noção de que colírios são considerados medicamentos inofensivos. Está provado que colírios usados inadequadamente podem provocar danos à visão. No entanto, é comum que as pessoas já cheguem ao oftalmologista usando algum tipo de colírio por conta própria.
Na realidade, colírios são medicamentos potentes, que atuam diretamente na área ocular e que podem atingir a corrente sanguínea pelo canal lacrimal. Por isso, podem também provocar efeitos à distância, nem sempre desejáveis. Como exemplo, citamos os colírios contendo vasoconstritores, que podem provocar aumento da pressão arterial. Colírios contendo betabloqueadores são indicados para tratar glaucoma, mas podem também provocar asma em pessoas sensíveis. Isso sem contar nos colírios contendo antibióticos, antinflamatórios, corticóides, etc.
É verdade que o crescimento dos cílios pode surgir como um efeito colateral bem agradável do ponto de vista estético, mas o uso inadequado certamente trará prejuízos muito maiores, como: dor de cabeça, náuseas, hipertensão, alergias e crises de asma.