As infecções respiratórias (IR) constituem o maior grupo de doenças na criança, principalmente nos primeiros anos de vida. Uma criança pequena pode ter, em média, 9 a 10 infecções respiratórias por ano, representando estas cerca de 40% das causas que levam as crianças a recorrer aos Serviços de Urgência.
A grande maioria das infecções respiratórias em crianças pequenas é causada por vírus, (vírus sincicial respiratório, vírus influenzae e outros).
Os vírus são microorganismos que se aproveitam das células do hospedeito (homem, animal, bactéria) para se poderem multiplicar. Neste processo podem lesar essas células destruindo-as e causando a doença. São estes os agentes que, de longe, mais infecções respiratórias causam na idade pediátrica. Após um primeiro contacto, a criança ganha defesa contra o vírus e alguns subtipos semelhantes. Entretanto, é enorme o número de vírus. Por exemplo, um resfriado comum pode ser causado por 100 tipos e subtipos de vírus, e por isso, é fácil perceber que podem decorrer vários anos até que uma criança se torne imune à maioria das viroses comuns.
Os antibióticos, medicamentos que combatem as bactérias, não têm ação sobre os vírus. Medicar indiscriminadamente com um antibiótico qualquer febre numa criança, quando o mais frequente é esta ser causada por um vírus, não só não apressa a evolução natural dessa doença como contribui perigosamente para aparecimento de bacterias resistentes aos antibióticos mais comuns.
Um outro aspecto das infecções respiratórias na criança pequena é a frequência com que se acompanham de “chiado” (sibilo ao respirar). Sabe-se que 20% de todas as crianças têm pelo menos uma infecção respiratória acompanhada de sibilo. Este fato causa ansiedade nos pais que questionam frequentemente se o seu filho é, ou poderá vir a ser, um asmático. Cerca de um terço dessas crianças terão outros episódios similares até depois dos seis anos. Essas crianças geralmente apresentam história familiar ou antecedente de alergia e a infecção com sibilos poderá ter sido uma manifestação precoce de uma asma futura. Os outros dois terços tendem a ficar bem após os três anos de vida, idade em que o número de infecções respiratórias diminui acentuadamente. Infelizmente não é possível reconhecer nos episódios iniciais a qual destes dois grupos pertence a criança. Por isso, a resposta à questão só pode ser dada ao longo do tempo de acompanhamento da mesma.
O combate eficaz às infecções respiratórias passa, antes de mais nada, por uma atitude preventiva que inclui o correto cumprimento das vacinações. Se a criança necessita permanecer em creche, o ideal é que seja arejada, com bastante ar livre e com uma boa relação ocupante/área. As crianças não devem ir para a creche ou escola quando febris.
Os pais devem ser alertados que crianças expostas a fumaça de cigarro têm maior incidência de infecções respiratórias, frequentemente acompanhadas de sibilância ou dificuldade respiratória.
Outro fator preponderante nas infecções respiratórias é o aumento das alergias nas crianças. É sabido que "os doentes alérgicos estão mais sujeitos às infecções respiratórias". Nos últimos anos houve um aumento da prevalência de 3% no caso da asma, 8% no caso da rinite, 4% no da rinite associada à conjuntivite e 1% no caso do eczema. Fatores hereditários, mas também ambientais (poluição) e alimentares (maior ingestão de alimentos com corantes e conservantes) estão entre os fatores que poderiam explicar este aumento. O médico alergista está habilitado para reconhecer estas crianças com tendência para asma e/ou rinite no futuro.
Texto de autoria de Rosa Silvestre - Blog Criancices:
http://www.criancices.blogspot.com/
Por toda a dedicação e empenho com que expõem o vosso trabalho na blogosfera, dedico mais um prémio....está no criancices, um grande abraço através do atlântico para vocês todos!
ResponderExcluirOlá Rosa: obrigado pela sua visita e pelo carinhoso incentivo que dedica a este Blog da Alergia. A qualidade do "Criancices" é um exemplo e um incentivo para nós.
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