Nas décadas de 40 e 50, os bondes circulavam pelo Rio de Janeiro e estampavam em suas paredes cartazes de propaganda. Alguns ficaram na lembrança, como o reclame do Rhum creosotado, famoso xarope da época:
“Veja, ilustre passageiro,
O belo tipo faceiro
Que o senhor tem ao seu lado.
E no entretanto, acredite:
Quase morreu de bronquite.
Salvou-o Rhum Creosotado.”
Mais tarde, serviu de inspiração para uma bela crônica,
escrita por Eduardo Festugato, médico de Caxias do Sul:
..Ilustre passageiro deste superlotado e barulhento bonde que é o mundo em que vivemos:
ainda há tempo de parar, olhar para o lado e apreciar "o belo tipo faceiro" que é a vida, o amor e o "agora": uma casa alegre, batida de sol, parreiral repleto de uvas e cigarras, e o cheiro bom da comida sendo preparada com carinho - o afeto é o melhor dos temperos!
Os minutos de paz vividos com nossos afetos não têm preço:
são inavaliáveis.
A única coisa boa que se lega, ao morrer, são os afetos.
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