Este texto responde a uma dúvida de um internauta.
Esta história é antiga e remonta aos idos de 1700 com William Withering, médico e botânico inglês, continuando por volta de 1860 com Henry Hide Salter, médico e também asmático, que foram os primeiros a afirmar que o café forte estaria indicado no tratamento da crise de asma.
È sabido que nos tempos antigos, quando não estavam disponíveis medicamentos adequados, os asmáticos recorriam por vezes ao café para reduzir os efeitos das crises. Acreditava-se que numa emergência, tomar algumas xícaras de café forte poderia proporcionar alívio.
E por que?
A razão seria porque a cafeína é um componente natural do café e quimicamente semelhante à teofilina, um broncodilatador.
A teofilina é um medicamento sintetizado em 1900, usado no tratamento da asma a partir da década de 40, auxiliando no alívio da falta de ar e dos sintomas das crises.
Entretanto, embora tenha sido bastante utilizado com eficiência por muitos anos, os estudos posteriores evidenciaram uma atuação sujeita a efeitos tóxicos com muita facilidade. A teofilina atua numa faixa estreita de ação (entre 5 e 20 microgramas /ml), sendo este potencial tóxico dependente da dose. O risco é maior nas doses acima de 20 microgramas/ml; sendo ideal que o seu uso seja monitorizado através de dosagens sanguíneas séricas. Além disso, o metabolismo dos medicamentos que contém teofilina sofre a influência de inúmeros fatores (idade, sexo, presença de outras doenças ou de remédios concomitantes, hábitos alimentares, etc), prejudicando o efeito final.
Por tudo isso e aliado ao fato de que surgiram novos remédios com maior capacidade de tratamento e prevenção da asma, o uso destes medicamentos diminuiu significativamente nas ultimas décadas.
E o café?
Quanto ao café, este pode ser um hábito agradável e delicioso para muitas pessoas, mas não dá para afirmar que a asma melhoraria apenas com a sua ingestão. Para isso, seria necessária uma quantidade tão grande que não valeria a pena, já que os efeitos adversos são dose-dependentes.
Passei 3 dias internada com infecção respiratória quando recebi alta o médico passou um tratamento de 7 dias com o antibiótico ciproflaxino. Um xarope e uma vitamina. Só que ainda continuo sentindo falta de ar e ainda dói quando respiro. Oque faço?
ResponderExcluirA conduta mais adequada é retornar ao seu médico para que seja re-examinada. Assim será possível avaliar a causa do problema. Avaliar pela internet, baseado apenas nos poucos dados enviados pode gerar erro. Agradecemos sua participação no Blog da Alergia.
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